quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ó vadio - O Fado de Lisboa

"Ó Vadio" regista os sons do Fado numa taberta lisboeta do Bairro Alto - reunindo num CD aquilo que resulta de mais de 50 horas de "recolhas", realizadas em 2000 e que pretendem eternizar o Fado lisboeta na sua forma e expressão mais genuínas.

O CD "Ó Vadio", a reeditado pela Transformadores, regista o fado que se canta na Tasca do Chico, ao Bairro Alto, em Lisboa, para onde às quartas e sextas-feiras confluem fadistas, estudantes e turistas. "Vai à Tasca do Chico um conjunto muito variado de gente que gosta de cantar e ouvir o fado, desde estudantes a taxistas, pessoas sem-abrigo e turistas,", disse à agência Lusa o editor Gonçalo Riscado.

A Tasca do Chico é referenciada em vários guias turísticos europeus, o que leva o antropólogo Joaquim Pais de Brito a afirmar existir "um certo voyeurismo, por algo de exótico e diferente que se passa ali". Este é - defende - "um espaço onde sobrevive um fado que resistiu à ascensão a estilo musical e ao controlo das letras nas casas típicas". Um fado que foi também "canção de protesto em tabernas e casas de alterne" durante o Estado Novo, para depois do 25 de Abril de 1974 ser "conotado como canção do regime".

"Um espaço que está na moda", mas não retira a "genuinidade do fado", atesta. O CD apresenta 15 nomes, entre os muitos que ali são apresentados por Fernando Mouraria, que, habitualmente, faz as honras da casa. "Uma escolha do próprio Chico", o proprietário do estabelecimento, disse Luís Marques. Acompanhados à guitarra por Gentil Ribeiro e à viola por Manuel Mendes, surgem fados já conhecidos e interpretados por alguns dos nomes cujas fotografias decoram o bar. Cláudia Leal interpreta "Pintadinho" (criação de Maria Teresa de Noronha), João Osório "Maldito fado", de Raul Ferrão e popularizado por Hermínia Silva, "Carmencita", de Frederico de Brito, uma criação de Amália Rodrigues, é interpretado por Celeste Branco.

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