quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Maria Severa

Num beco da Mouraria
Onde a alegria do Sol não vem
Morreu Maria Severa
Sabem quem era? ... talvez ninguém

Uma vos sentida e quente
Que hoje á terra disse adeus
Voz saudosa, voz ausente
Mas que vive eternamente
Dentro em nós, e junto a Deus
Além nos céus

Bem longe onde o luar e o azul tem mais luz
Eu vejo-a rezar aos pés duma cruz
Guitarras trinai, viradas p'ro céu
Fadistas chorai porque ela morreu

Caíu a noite na viela
Quando o olhar dela deixou de olhar
Ficou p´ra sempre vencida
Deixando a vida, que a fez sonhar

Deixa um filho idolatrado
Que outro afecto assim, não tem
Chama-se ele “o triste fado”
Que vai ser desenjeitado
Pois perdeu o maior bem
O amor de mãe

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